sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

21.01 Calle Florida e museus

Hoje aproveitamos a manhã pra passear na Calle Florida, que fica perto de casa. Andar em Buenos Aires é delicioso porque em cada rua que passamos encontramos alguma coisa legal. Na esquina da Av. Santa Fé com a Suipacha encontramos uma lojinha chamada Cuadros Carteles Regalos que vende plaquinhas pintadas com filete porteño. Certamente será um regalo para alguém quando voltarmos...

A Florida é um importante centro comercial. Tem shoppings, grandes lojas, e a maior concentração da cidade de casas de câmbio. Não somos fãs de shopping, mas no verão, qualquer lugar com ar condicionado tá valendo. Entramos no Galerías Pacífico, que é tão imponente quanto parece na foto. Shopping de rico. Bem na porta tem uma loja da Mac, que vende muuuuuiitas coisas que não chegam no Brasil. Toda a linha de maquiagem artística, paint sticks e bases cremosas de cores inimagináveis. Mas, em relação às coisas que também têm na loja do Rio, achei o preço parecido.

Aproveitamos o passeio e fomos à agência do Banco do Brasil sacar pesos. Tudo funcionou bem, conseguimos sacar e já tínhamos conseguido pagar coisas com cartão de crédito. Mas nem sempre é assim, na agência tinha uma brasileira que tinha habilitado o cartão pra funcionar no exterior, tudo certinho, mas chegando em Buenos deu pau. A conta estava inválida, o gerente de cá dizia uma coisa, o do Brasil dizia outra, não sei como a criatura fez pra se virar, mas sua viagem deve ter se tornado um tormento.

O almoço de hoje não foi grande coisa, fomos num lugar perto de casa, (788 alguma coisa, assim que eu lembrar corrijo) e comemos pratos executivos leves e gostosinhos, como peito de frango grelhado e salada... o menu executivo dava direito à entrada, prato principal, bebida, sobremesa e café. Foi a refeição mais à toa que fizemos, mas também a mais barata.

À tarde fomos ao Malba, que hoje é quarta-feira, e a entrada é gratuita. O museu é lindo, muito claro, com pé direito muito alto, escadas rolantes, belas exposições, um café agradável, uma lojinha cara e uma livraria incrível. É um bom lugar pra se passar a tarde. Tão bom que perdemos a hora, e tivemos que sair correndo pra entrar no Museo Nacional de Arte Decorativo, que é bem perto. claro que eu adorei o museu, que tem ambientações desde o século XIV até o XX. Sensacional. No caminho de um museu a outro, passamos por uma rua com casas lindas:





Na volta pra casa resolvemos passar por uma loja de chás que tínhamos visto no guia Buenos Aires da time out.
A loja fica num shopping chamado Promenade, que vem a ser apenas uma galeriazinha na porta de um hotel 25 estelas. Só tinha loja de jóias. Ainda assim entramos, e achamos a Tealosophy, que parece uma casinha de bonecas, cheias de chás e latinhas e cestas e embrulhos delicados. A lista de chás é gigantesca, a dona procura por eles pelo mundo afora, e traz pra vender aqui e em Barcelona...

Compramos a caixinha mais barata, com quatro sabores desconhecidos e instigantes que serão saboreados com toda pompa e ciscunstância a quem têm direito, em Salvador, provavelmente.






Este shpping fica na Avenida Alvear, que deve ser o lugar mais besta por onde passei. A próxima foto é de uma das lojinhas da rua...



De noitão ainda fomos comer num Irish Pub perto de casa, porque eu cismei que queria uma batata frita como a do Shenanigan's, mas não tinha. Comemos uma batata frita comum mesmo e costelinha de porco. Jantar nhonho pra valer.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

20.01 Palermo e Avenida Córdoba

Infelizmente o sol voltou a brilhar com força total e Buenos Aires está parecendo o Rio.

Hoje continuamos acertando o roteiro gastronômico: fomos almoçar no Ceviche, um restaurante de comida peruana em Palermo. O lugar é muito agradável, o atendimento ótimo, e estava vazio na hora do almoço.






Pedimos de entrada um ceviche, como não podia deixar de ser. Estava excelente, um sabor muito suave, e a combinação com a mandioca frita ficou muito boa.






Como prato principal, pedimos salmão grelhado com molho teriaki e um risoto que esqueci o nome, mas estava delicioso!



Saímos do restaurante e fomos passear em Palermo. O bairro está hype ultimamente, cheio de restaurantes, ateliês e lojinhas descoladas onde não se compra nada com pouco dinheiro... Ficamos um tempo na Papelera Palermo, que é linda, vende papéis artesanais fabricados pela loja (que aliás, também dá cursos), cadernos e caixinhas com capa vintage, coisas lindas variadas.

Tomamos um frapê do Freddo pra refrescar, olhamos mais um bocado de vitrines, e cansamos de ficar andando no sol olhando coisas que não podemos comprar. Fomos pra Avenida Córdoba, olhar os outlets.

Achamos uma ou outra roupinha, mas em geral tudo muito parecido com o que temos no Brasil. Eu diria que gosto mais de Belo Horizonte para comprar roupas e de São Paulo para comprar sapatos. O legal do passeio é que achei uma loja de cosméticos grande na Av. Córdoba, e comprei uns pigmentos, pincéis e cílios postiços com purpurina que estavam muito baratos. Voltando pra casa,quase no ponto do ônibus, passamos por um mercadinho que estava vendendo cerejas a A$ 15 o quilo... adoro cerejas!

Passamos ainda na Galeria Bond Street, que parece muito com a Galeria do Rock em São Paulo. Adolescentes vestidos de preto, lojas que vendem camisas de bandas, piercings, botas... Não satisfeitos, esticamos até outra galeria, a 5ª Avenida, que tem dois andares só de brechó... deve ser muito bom fazer figurino de teatro em Buenos Aires. Aliás, eu diria que morar aqui não deve ser nada mal...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

19.01 Once e Corrientes

A programação de hoje estava sendo muito esperada por mim! Fomos a Once, o equivalente (tomadas as devidas proporções) ao Saara do Rio, ou a 25 de março de São Paulo, ou a Av. 7 de Salvador. Fomos atrás de tecidos interessantes. Um milhão de lojas, mas pouca variedade. Ótimas lojas de tecido para teato, todo tipo de coisa, achamos até aquele tecido japonês das roupas femininas sendo vendido a metro, nunca tinha visto no Brasil. Mas era caro.

De resto muito tecido de algodão, muita malha, mas nada genial. Encontramos coisas melhores na 25. Talvez estes tecidos existam em outras lojas, mas nã em Once. Um milhão de armarinhos, enormes, cheios de coisas lindas, organizados, nunca vi vitrines de armarinhos tão lindas e convidativas. Um paraíso para quem costura...

São várias ruas, muitas quadras, não olhamos tudo.Quando a fome bateu, fomos almoçar num koreano super escondido, excelente. Chama-se Bi Won, e se você não estiver procurando por ele atentamente, não o encontrará...




Pedimos um bulgogi de carne e um peixe frito. Ambos vem com vários acompanhamentos diferentes e arroz. Comida pra caramba. Estava tudo delicioso, mais uma refeição acertada!







Largamos as compras em casa, descansamos um bocado e fomos pra Av. Corrientes, olhar as livrarias. Olha só a peça que está passando em um dos milhares de teatros desta avenida:




Achamos vários livros interessantes, principalmente na Librería Losada (Av. Corrientes 1551). Nesta avenida existem várias livrarias e sebos, é uma delícia passear. Os preços são mais baratos que no Brasil, principalmente aqueles livros de arte e moda enoooormes, cheios de imagens...porém, não são mais baratos que a amazon, mesmo com o dólar em alta.

Quando cansamos, fomos tomar café e chá num lugar charmosíssimo, top 5 dessa viagem: El Gato Negro



Eles têm uma variedade enorme de chás para se tomar lá e para se comprar. Olha que charme, os chás são feitos em um saquinho de pano:



Além dos chás, eles também vendem MUITOS temperos, vários dos quais nunca ouvi falar. Também vendem frutas glaceadas, comprei um bocadinho de cerejas deliciosas. E ainda, latinhas de tamanhos e cores variadas que são um charme. Adorei o lugar!



À noite fomos jantar num restaurante italiano moderninho, o Filo(San Martín 975, Retiro).



Pedimos espaguete ao sugo com alhabaca e ravióli de carne com algum molho que não lembro mais. A comida estava boa, e o lugar é agradável. Tem um clima parecido com o da Piola, com atendentes jovens correndo de um lado pro outro mesmo quando o movimento é fraco. No subsolo há uma ante-sala com um sofá de couro vermelho e decoração sugestiva... à meia noite a cozinha fecha, mas a noite no Filo está só começando:



18.01 San Telmo

Hoje esfriou bem, a temperatura caiu o suficiente pro clima ficar agradabilíssimo, com direito a usar casaquinho leve de manhã e no final da tarde (20h, aqui...). Perfeito para caminhar... Lá fomos nós pra famosa feira de San Telmo. É basicamente uma feira de antiguidades como qualquer outra, o legal mesmo é andar pela Calle Defensa e olhar os artistas de rua, as lojas de roupa, e as lojas de decoração... ai, quero comprar tudo! O bairro é muito agradável e vale o passeio.





Ontem tivemos problemas para jantar, fomos a dois restaurantes bem falados que não existiam mais, então agora não saio de casa sem ligar pra uns dois ou três restaurantes...Então hoje acertamos, e o turismo gastronômico (nosso tipo preferido de viagem) finalmente começou!

Fomos ao divinapatagonia, um lugar pequeno e aconchegante, com atendentes muito amáveis. Aliás, depois de ser sempre bem atentida em TODOS os lugares que entrei aqui, vai ser duro voltar pra salvador...





Pedimos um menu degustação de entrada, que vem com várias comidinhas deliciosas, em sua maioria de
cordeiro ou javali.
O ceviche deles também é sensacional. Tudo muito delicado.







Depois pedimos uma perna de cordeiro com ratatouille de legumes e risoto de limão. Sensacional.




Infelizmente não sobrou espaço na barriga pra sobremesa. mas, saímos felizes e contentes pra continuar nossa caminhada.

Encontramos uma banda super bacana tocando na rua. Adorei, se eles tivessem vendendo cd, eu comprava...



Voltamos andando pra casa, passamos no Centro, na Casa Rosada, toda essa parte obrigatória de turismo. Mas não tiramos foto. Já tem muita na internet.

domingo, 18 de janeiro de 2009

17.01 Jardim Botânico e Palermo

Sabadão de sol, vamos pra área verde da cidade! Nos enrolamos um pouco pela manhã, e acabamos saindo pra tomar café da manhã quase meio dia. Paramos em um café perto de casa e pedimos torradas e um omelete sensacional que valeu pelo almoço. Daí experimentamos pegar o metrô, e tudo deu certo. O Jardim Botânico aqui é muito grande e agradável, sobretudo porque há gatos em toda parte :)











O plano era ir também ao Jardim japonês e ao Rosedal, mas fazia tanto calor, mas tannnnnto calor, que decidimos pular essa parte e ir direto passear em Palermo, entrando em toda e qualquer loja que tivesse ar condicionado...

Sábado é dia de feirinha em Palermo, e achamos algumas coisas legais, uma ou outra roupa, e uma mulher que faz uns relógios com tirinhas da Mafalda que curti bastante. mas o legal são as lojas. Como esqueci meu mapa de Palermo em casa, fomos pro lado errado do bairro, deixando todo o núcleo de lojas super badaladas para trás...
Ainda assim achamos essa loja de brinquedos que é o máximo, chama-se Recursos Infantiles





Encontramos também uma sorveteria que tem um delicioso sorvete de maçã, uma livraria excelente e uma super loja de decoração daquela que nos deixa um pouco deprimidos por não podermos comprar TUDO pra nossa casa...

Quase exaustos, pegamos um táxi e fomos pra livraria Ateneu, que é linda, mas tinha pouquíssimos livros que nos interessassem. Um pouco frustrante.

Resolvemos voltar caminhando pra casa, fomos ficando com fome, com muita fome, e acabamos entrando num lugar qualquer e comendo uma comida cara e gordurosa. Não faço mais isso, agora só saio com o lugar pra comer muito bem planejado.

Voltamos pra casa e desmaiamos até quase dez da noite...

Lá pelas 23:30h foi dando fome de novo,e resolvemos jantar num japa pra compensar o almoço, que tinha sido péssimo.Pra nossa surpresa, Recoleta tem poucos restaurantes japoneses. Achamos um muito muito caro, e outros dois, bem falados.

O clima esfriou bem, a temperatura caiu, e caminhar pelas ruas da cidade se tornou um enorme prazer. Fomos andando até o primeiro endereço, chegamos lá e o restaurante não existia mais. Já com bastante fome, mas bem dispostos, achando ótemo andar pelo bairro equivalente aos Jardins de São Paulo com temperatura também equivalente, caminhamos até onde seria o segundo restaurante, que também não existia mais. Já quase uma da manhã, entramos num shopping ainda aberto e comemos uma comida ruim num japonês qualquer. Tá difícil. Começou a chover, e voltamos pra casa de táxi. antes de subir, passamos numa lojinha de conveniência aberta 24h, pra comprar água, chocolates e pipoca. Mas, como se chama pipoca aqui??? Segue o diálogo:
-pipoca.
-hã?
-pop corn
-quê?
-microondas, pop pop
-aaaahhh, siiii, pochoclos, si, si. No temos.

Voltamos pra casa, prometendo planejar muito bem o dia seguinte...

Segundas impressões...


Bem, o Piola deve ser igual em toda parte, mas aqui... bom, aqui tinha uma baratinha andando na mesa ao lado. Não quero mais falar disso.

Fomos dar uma volta, e passamos em uma farmácia. Encontrei maquiagens da Revlon e da L'órèal por mais ou menos a metade do preço que encontro no Brasil... Muito animador, principalmente porque estamos num bairro caro! Estou louca para ir ao Centro da cidade, ver o que encontro...
Solução temporária para o problema da água: estamos bebendo água com gás.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

16.01 primeiras impressões...

Alfajores, aqui bamos nos!
Bem, a chegada foi tranquila, e a viagem também, embora cansativa. Chegamos esfomeados e comemos uma coisa qualquer - uma medialuna vagabunda de queijo e presunto - porque o Piola que fica no quarteirão ao lado :D ainda estava fechado... o lugar tinha atendimento lento e um banheiro péssimo, o que parece ser regra por aqui... quando passarmos por lá novamente anoto o nome pra desrecomendar.
Bom, o apartamento é bem legal, alugamos ele aqui e espero ter ótimas recomendações até o final da viagem.
Até agora, o que mais estranhei foi a hora que escurece. As fotos seguintes foram tiradas nove da noite, e ainda era dia... só escurece mesmo lá pelas nove e meia.






Esta é nossa varandinha!

A água mineral é muito cara aqui, e tem um gosto horrível. Bom, vou ao Piola, exercitar meu portunhol.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Férias!!

Ok, ok, o blog é profissional. Mas estou de férias, e viajando. Então nos próximos 20 dias teremos fotos pessoais e NADA DE TRABALHO !!!

Portifólio: Como Almodóvar

Peça de formatura em Interpretação Teatral da UFBA.
Fiz o cenário, foi um trabalho super divertido. Aqui vocês podem conferir mais informações a respeito da peça.




Em um único ambiente, tínhamos as casas de vários personagens representadas.



Optamos por usar muitas cores tanto no cenário quanto no figurino. Porém, definimos a preponderância de tons frios para o cenário, e quentes para o figurino.



Geralmente os cenários dos filmes de Almodóvar são cheios de objetos decorativos. Busquei nos filmes os objetos que mais me chamavam atenção, sobretudo os que apareciam de forma recorrente em diferentes filmes. Fiz questão que nesse cenário encontrássemos "vasos duplos", espelho, mosaico, imagens religiosas misturadas a referências culturais e/ou comerciais, friso na parede, entre outras coisas.



Ficha técnica:
Salvador - Bahia - 2007-2008
Texto: Cláudia Barral
Encenação: Gláucio Machado
Assistência de Encenação: Pedro Dultra e Sara Jobard
Cenografia: Renata Cardoso
Assistência de Cenografia: Ramona Azevedo e Samanta Olm
Cenotecnia: Anderson Souza, Gláucio Machado e Rodrigo Frota
Marcenaria: Ademir França e Reinaldo Costa
Iluminação: Pedro Dultra
Figurino e Maquiagem: Karina Allatta
Cabelos: Léa Paganelli e Dorian Santana

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Glossário: sentido do fio

Todo tecido tem um sentido do fio. É isso que determina o caimento de uma roupa. O sentido do fio de um tecido está na direção do comprimento, paralelo às ourelas.



Na maioria das roupas o centro da frente e o centro das costas precisam seguir o sentido do comprimento do fio para garantir equilíbrio e bom caimento. À exceção da malha, os tecidos cortados no fio do comprimento não esticam, nem na largura nem na altura.
O viés é o sentido diagonal do fio do tecido (45 graus da ourela).




Os tecidos cortados no viés esticam, modelando a silhueta do corpo (no caso de uma roupa) ou contornando a forma do que quer que embrulhem (no caso de um adereço).

Glossário: fio quádruplo

Dependendo de como o fio (ou linha) seja colocado na agulha, teremos mais ou menos resistência. O que chamo aqui de fio simples é aquele em que a linha fica com um nó em uma das pontas, e a outra fica solta, é usado para alinhavos e testes que precisam ser facilmente desmanchados. Fio duplo é o mais usado de todos, quando passamos a linha na agulha e prendemos as duas pontas com nó. E o fio quádruplo eu uso geralmente para adereços, peças que precisam de muita resistência: é só enfiar a linha dobrada na agulha, e então o nó vai prender quatro pontas juntas.

Glossário: tesoura de tecido, tesoura de adereço

Fisicamente, não apresentam diferenças entre si. A diferença está no uso: minhas tesouras de adereço cortam papel, borracha, espuma, plástico, tecido cheio de cola e todo tipo de coisas capazes de destruir o fio de uma tesoura... Amolador na certa. Minha tesoura de tecido corta SOMENTE tecido, nada mais, nem papel. Dessa forma, a tesoura é preservada e os tecidos se salvam de fios puxados, desfiados e barras disformes.

Glossário: e.v.a.

Também conhecida como borracha EVA, é uma mistura não tóxica de Etil, Vinil e Acetato. Muito utilizada por artesãos, é vendida em placas de variados tamanhos, espessuras e cores. Material versátil, resistente e lavável.

Glossário: cola de contato

Também conhecida como “cola de sapateiro”, é um poderoso adesivo, que funciona muito bem em superfícies como papel, papelão, tecido, madeira, espuma, plástico, borracha, couro e metal. Como é abrasiva, não pode ser usada sobre isopor ou poliuretano. É também muito tóxica, deve ser usada em ambiente arejado, de preferência ao ar livre. Geralmente encontrada em lojas de material de construção, material para artesanato, ou lojas que vendem couro, napa ou tecido para estofamento. Sua venda é proibida a menores de 18 anos.

O modo mais eficaz de uso é “fazer contato” com a cola, ou seja, espalhar uma fina camada nas duas superfícies que se deseja colar, esperar de 10 a 15 minutos, para que a cola seque, e só então unir as partes, que não se soltarão mais.

Quando usada como uma cola comum, ou seja, espalhando-se uma camada em uma superfície e aplicando-se outro material por cima em seguida, seu adesivo torna-se menos poderoso, e em alguns casos, elástico. Pode manchar materiais como tecido e papel. Deve ser usada sempre com cautela. Se pingar na roupa durante a aplicação, já era...

Reforma de sapatos



Neste post de estréia do Oficina da Cena, vou mostrar as imagens e o tutorial da reforma que fiz em um par de sapatos. Este é um recurso muito utilizado em peças de época, por exemplo, ou quando não se tem um exemplar adequado disponível (o que acontece com muita freqüência!).

Este é o sapato original.




Ele ainda tinha uma fitinha marrom passando pelos ilhoses, mas esqueci de fotografar a tempo. Então, o primeiro passo foi tirar a tal fita e limpá-lo bem. Para esta reforma, eu usei cola de contato (Brascoplast é minha preferida), pedaços de e.v.a. para passar a cola, palitos de dente, pau de laranjeira (aquele da manicure), tesoura de tecido, tesoura de adereço, estilete, cetim lilás, um pedaço de napa, botões, elástico chato, agulha e linha.

Posicionei o tecido sobre o sapato, e demarquei com alfinetes toda a área em volta, para ter noção de quanto tecido iria utilizar.




Neste tipo de trabalho, é importante que o tecido seja utilizado no sentido do viés, ou não será possível fazer nenhuma curva. Delimitada a área, liberei a parte da frente do sapato para receber a cola (somente o sapato recebeu cola, o tecido não). Usei os pedaços de e.v.a. para espalhar. Quanto mais espalhada a cola estiver, quanto mais lisa sua textura, melhor será o acabamento. Passei cola somente no bico, e então apliquei o tecido, alisando bem pra que não ficassem rugas ou bolhas de ar.



Repeti esse procedimento por todo o sapato, pequenas áreas de cada vez. A emenda ficou na parte de trás, onde era a emenda original do sapato mesmo. O corte da emenda deve ser preciso e delicado.



Para facilitar o trabalho, cortei o excesso de tecido da parte de cima do sapato, deixando em toda volta uma margem de aproximadamente 1cm, para o acabamento posterior.



Antes de tirar o excesso da parte de baixo, da sola, reforcei a cola usando um palito de dente para espalhar. Aqui, a cola foi aplicada tanto no sapato, quanto no tecido, para fazer contato.



Depois de todo reforçado, e com o tecido já colado no lugar, usei um estilete para retirar a sobra do tecido com precisão, mas tomando cuidado para não rasgar o couro do sapato, só o cetim.



Para o acabamento da parte de cima, espalhei cola na margem deixada no cetim, e na parte de dentro do sapato, novamente para fazer contato.



Na parte de frente do sapato, onde há uma curva, foi necessário fazer piques no tecido (como já estava com cola, usei a tesoura de adereço), tomando cuidado para não cortá-lo demais.



Em seguida virei todo o excesso pra dentro do sapato, alisando bem.



Eu poderia considerar este sapato pronto nesse momento, já. Mas fui além, e fiz também umas tiras para prendê-lo melhor ao pé.



Cortei faixas de 1cm de largura por aproximadamente 20cm de comprimento na napa, e em seguida forrei as faixas com o mesmo cetim, e a mesma cola. Infelizmente as pilhas de minha câmera descarregaram nesse momento (grrrr) e não fiz fotos desse processo. Mas foi bem parecido com o sapato, passei cola em um dos lado da napa, colei o cetim alisando (ficou sendo o direito da tira), cortei o excesso das laterais, virei do outro lado (que será o avesso), passei cola na napa e no tecido, para fazer contato, e colei. Na parte curva, piques no tecido, sempre.
Fiz duas tiras para cada pé do sapato, mas uma só também teria ficado bom. Os botões que escolhi são apenas enfeite. As tiras foram presas com elástico para que o pé pudesse entrar no sapato. Usei um pedaço pequeno de elástico chato, mas o roliço também serviria. Passei um pedaço de elástico por cada botão. Depois fiz um talho na parte arredondada da tira, para passar o elástico, e então prendi cada botão em sua tira.




Depois de medir e experimentar diversas posições das tiras no sapato, marquei suavemente a posição escolhida com uma caneta. No local marcado, fiz um talho com estilete e passei o elástico, já preso na tira e no botão. O palito de laranjeira foi usado aqui, tanto para aumentar o talho, quanto para empurrar o elástico.



Depois de encaixar o elástico das duas tiras no sapato, colei-as na parte de dentro , fazendo contato. Para dar acabamento e mais segurança, colei por cima um pedaço do cetim, também fazendo contato.



Por fim, prendi com alfinete as duas tiras no outro lado do sapato, e em seguida costurei, usando agulha com fio quádruplo.



Adorei o resultado!